Porque um poeta não nasce para conquistar

09-10-2015 21:45

Pudessem minhas mãos ser a esteira da alma

As palavras, que se me prendem ao peito, não abalariam, no esquecimento

E páginas virgens, revestidas por erma calma,

Seriam passadas por olhos agudos, vencendo-me o tormento

Carrego o inferno no horizonte

E, em colisão com engenho e arte,

Descrevo cada parte

Da dor, onde o fogo é a ponte,

Cosendo alma e coração.

Um vínculo dolente

Que só sente

Quem se embrenha nos campos da ponderação

Empunho os dedos como um pintor amputado

Porque um poeta só vê e, para não cegar,

Corri as pálpebras, abandonei-me, sentado

Porque um poeta não nasce para conquistar

Por isso, fecho-me e cubro-me

E só quando a morte mostra caminho,

Deixo as mãos abalar, e parto, sozinho

Ser poeta é.

Tópico: Porque um poeta não nasce para conquistar

:-)

Data: 10-10-2015 | De: Cristina

E mais um poema dentro do mesmo estilo que te é tão próprio. Belo, lindo, sentido... e todas as mais qualidades que só um verdadeiro poeta consegue transmitir através da escrita. Este poema todo ele é alma. Gostei muito!

Re::-)

Data: 13-10-2015 | De: Elizabete Leonora

Cristina, grato pela partilha :)

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